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Divulgação-TV Globo O dia 5 de dezembro de 2015 amanheceu mais triste, já que foi anunciada a morte de Marília Pêra, que nos deixou aos 72 anos de idade. A atriz lutou dois anos contra um câncer e faleceu em sua casa, cercada por sua família. Ela sempre será lembrada não só pelo bom humor e pela alegria, mas também pelos muitos papéis marcantes que teve na televisão. Agora, vamos relembrar os onze mais icônicos, começando, é claro, pelo começo. Sua estreia na televisão aconteceu em Rosinha do Sobrado, onde ela vivia uma jovem que estava sempre olhando os acontecimentos da cidade pela sacada de sua casa. Um médico se apaixona pela moça e, quando é chamado para uma consulta, descobre que ela estava em cadeira de rodas.
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Divulgação Em 1980, ela estrelou o filme Pixote, a Lei do Mais Fraco, onde viveu uma garota de programa que, em parceria com um jovem fugido da prisão, rouba seus clientes. O longa, dirigido pelo diretor Hector Babenco, foi aclamadíssimo pela crítica, além de ter sido indicado ao Globo de Ouro por Melhor filme estrangeiro, e de ter participado de outros festivais internacionais.
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Divulgação-TV Globo Dois anos depois, em 1982, Marília chama a atenção pela minissérie Quem Ama não Mata, que chamou a atenção pela direção altamente realística de Daniel Filho: -Foi numa época em que Daniel e eu conversávamos muito sobre a violência, que estava acontecendo muito próximo de nós, casais se matando por ciúmes. Foi quando morreu a Angela Diniz, explicou ela ao Memória Globo.
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Divulgação-TV Globo Sempre dedicadíssima ao teatro, que ela afirmava ser sua casa, Marília ficou 13 anos longe das novelas, mas, quando voltou, foi em altíssimo estilo: com Brega e Chique, em 1987. Foi com a Rafaela Alvaray que ela conquistou o público e ajudou a subir os índices de audiência da trama: - Eu criei a Rafaela pensando na Dulcina de Moraes, que tinha um tipo de humor que não era o do escracho, era mais sutil, mais meigo. E Cassiano Gabus Mendes me deu esse presente. Brega & Chique foi, eu acho, a novela que mais gostei de fazer, contou ela. Anos depois, em 2011, a personagem voltaria no remake de Ti Ti Ti, para a alegria de Marília: - Não foi a alma da Rafaela que voltou para Ti-Ti-Ti, foi a lembrança do personagem. Porque eu não sei como estaria a Rafaela hoje. Mas eu adorei que a Maria Adelaide quisesse, também, lembrar.
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Divulgação-TV Globo Inegável que um dos grandes papéis de Marília foi a vilã Juliana na minissérie O Primo Basílio, de 1988. E você sabia que ela relutou - e muito - para finalmente aceitar o papel? - E eu não queria fazer. Eu não queria fazer a Juliana, exatamente porque eu tinha lido o livro, e o Eça a descreve de forma implacável. Mas foi muito bom para mim. Eu soube que há escolas de teatro que usam o DVD de O Primo Basílio para estudar o que eu fiz.
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Divulgação-TV Manchete Em 1997, Marília, já na TV Manchete, participa de Mandacaru, novela de Carlos Alberto Ratton que fez grande sucesso na emissora, tendo substituído Xica da Silva e alcançando bons índices também em sua reprise.
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Divulgação-TV Globo No ano seguinte, loiríssima, ela vive a Custódia de Meu Bem Querer, da Globo, quando se mostra uma grande vilã, chegando a atear fogo em um berçário pelo puro medo de perder sua herança para os sobrinhos recém-nascidos.
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Divulgação-TV Globo Em 2001, Marília volta em outra minissérie de época, desta vez Os Maias. A diferença é que, agora, ela teve uma personagem criada especialmente para ela, já que, na trama original, Maria Monforte apenas manda uma carta antes de morrer. E a honra foi grande para Marília: - Foi uma personagem que a Maria Adelaide Amaral inventou. Ela volta para ver essa tragédia que ocorre com os filhos. No livro, a personagem não volta: ela morre, e manda uma carta. Eu acho que talvez tenha sido, junto com Juliana de O Primo Basílio, o meu melhor trabalho na televisão.
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Divulgação-TV Globo Um dos grandes desafios da carreira de Marília chegou na pele da interesseira e chiquérrima Milu de Cobras e Lagartos, de 2006. A atriz contou que os diálogos eram um desafio à parte: - Como escreve o João Emanuel Carneiro! Eu tinha alguns monólogos dificílimos de serem decorados, e eu precisava decorar mesmo, como se fosse Shakespeare, porque o João Emanuel é um homem muito culto.
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Divulgação-TV Globo Como não falar na inesquecível Gioconda? A personagem de Duas Caras, de 2007, começa a novela como uma grande perua, mas termina totalmente transformada: - Gioconda tomava remédios para se acalmar, ela vivia sempre num barato. Até o momento em que se depara com uma realidade mais feroz. É quando ela vai para a favela e vai defender os interesses da família. A Gioconda termina como senadora.
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Divulgação-TV Globo Por fim, mas definitivamente não menos importante, Marília teve como seu último papel a Darlene de Pé na Cova, da Globo. Diferente das muitas personagens chiques e mais caricatas, ela era mais escrachada e vivia no subúrbio. A atriz chegou a deixar o elenco para se tratar do câncer, mas conseguiu retornar para gravar os últimos episódios da trama.