X

NOTÍCIAS

Publicada em 24/03/2023 às 13:00 | Atualizada em 24/03/2023 às 13:17

Dani Calabresa se junta a outras atrizes e colegas de Marcius Melhem e fala de polêmicas do humorista: - Eu fingia que achava engraçado

Renata Ricci, Georgiana Góes e Veronica Debom também relataram más experiências enquanto trabalhavam com o ator e diretor

Da Redação

Montagem-Divulgação-TV Globo

Mais um capítulo se deu na história das quatro mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual: as atrizes Dani Calabresa, Renata Ricci, Georgiana Góes e Veronica Debom. Tudo começou depois que Calabresa acusou Melhem de assédio moral e sexual, sendo inclusive processo por ele a acusando de danos morais. Agora, no entanto, as artistas conversaram com o jornal Metrópoles para detalhar pela primeira vez como era o ambiente profissional por ele comandado. Também estavam presentes como testemunhas a atriz Maria Clara Gueiros, as roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavsky, os diretores Cininha de Paula e Mauro Farias, e os atores Marcelo Adnet e Eduardo Sterblicht. 

Dani Calabresa conta ao veículo como lidava com os comentários que recebia de Marcius

- Não tem um manual de instrução para lidar com uma situação que te deixa constrangido. Eu lidava com brincadeira, sabe? Ele fala: Tá gata. Eu ponho: Deus te pague; É porque você não viu o buço; Sai tudo no banho, a maquiagem sai; Obrigada pelo elogio, mas é um amigão. É piada. [...] Eu também não queria comprar briga com o chefe, porque eu amo trabalhar. Então, comprar briga com ele, sabe? Custaria mesmo a minha carreira. Só que chegou um ponto que eu queria sair. Para mim, eu não tinha medo de sair. Eu tinha medo de ficar.

A artista ainda alega que Melhem incluiu conversas entre eles no inquérito policial para tentar confundir a opinião pública. 

- Tem esse lugar de tentar confundir a opinião das pessoas expondo a gente num tom: Mas ela ria. Mas tenta se colocar no meu lugar… Eu amava trabalhar nesse ambiente e, para não criar uma briga com o meu chefe, eu fingia que achava engraçado. Eu corto pessoalmente e compenso na mensagem. É um discurso para tentar convencer a nossa sociedade, que é machista, que nós somos loucas, vingativas, piranhas, vagabundas. E isso não é verdade! Isso era um ambiente de trabalho. Ele é um chefe. Essa insistência é assédio. Para a gente é um aprendizado usar a palavra assédio. A gente fala: Ele está chato. Que tarado! Ele também fica passando a mão em você? É difícil a gente usar a palavra assediador. É difícil a gente chegar nesse estágio, mas acho que quanto mais a gente vai falando, as pessoas vão se identificando.

O Metrópoles noticia que as atrizes e testemunhas contaram que Marcius Melhem teria a prática de mantê-las sob seu domínio, por vezes as impedindo de participar de novelas na Globo ou até fazendo com que os funcionários sentissem ter dívida de gratidão com o chefe. Segundo Calabresa, o humorista supostamente se aproveitava de cenas de beijo e chegou a contracenar com o pênis ereto. 

- Estava insustentável trabalhar em um ambiente em que eu comecei a perceber que eu era barrada dos convites; que eu não era liberada para as coisas; que eu estava trabalhando com tremedeira; que ele se aproveita das brincadeiras para brincar ereto; que ele pega de verdade; ele tenta enfiar a língua de verdade. Não é selinho, não é piada, não é brincadeira. 

O relato de Dani fez com que outras atrizes tomassem coragem para fazer denúncias. A roteirista Carolina Warchavsky disse:

- Quando saiu na imprensa a notícia sobre o assédio sofrido pela Dani, eu entendi todos os comportamentos típicos de assédio que estavam acontecendo, tudo o que eu tinha ouvido falar quando comecei na TV Globo. Eu entendi que era verdade, que eu tentei bloquear um tempo como se não fosse. 

- Eu acho que a toxicidade estava em uma outra camada, que, no meu caso, eu demorei um bom tempo para identificar que era tóxico e que aquele constrangimento que eu senti em determinados momentos não é normal, adicionou Georgiana Góes.

As onze pessoas ainda descrevem a situação como um ambiente de trabalho tóxico em que a linha entre chefe e funcionários nem sempre era bem definida, como Marcelo Adnet conta: 

- O que me chamava mais atenção era uma certa falta de vida pessoal. Ele queria transformar aquela coisa do trabalho, a espontaneidade das relações profissionais, para a vida dele.

Vale pontuar que Melhem está afastado da Globo desde 2020, quando as acusações vieram à tona. 

Deixe um comentário

Atenção! Os comentários do portal Estrelando são via Facebook, lembre-se que o comentário é de inteira responsabilidade do autor, comentários impróprios poderão ser denunciados pelos outros usuários, acarretando até mesmo na perda da conta no Facebook.

Enquete

Em Vale Tudo, de que lado você está na briga pela guarda de Sarita?

Obrigado! Seu voto foi enviado.

Dani Calabresa se junta a outras atrizes e colegas de Marcius Melhem e fala de polêmicas do humorista: - <i>Eu fingia que achava engraçado</i>

Dani Calabresa se junta a outras atrizes e colegas de Marcius Melhem e fala de polêmicas do humorista: - Eu fingia que achava engraçado

24/Jun/

Mais um capítulo se deu na história das quatro mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual: as atrizes Dani Calabresa, Renata Ricci, Georgiana Góes e Veronica Debom. Tudo começou depois que Calabresa acusou Melhem de assédio moral e sexual, sendo inclusive processo por ele a acusando de danos morais. Agora, no entanto, as artistas conversaram com o jornal Metrópoles para detalhar pela primeira vez como era o ambiente profissional por ele comandado. Também estavam presentes como testemunhas a atriz Maria Clara Gueiros, as roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavsky, os diretores Cininha de Paula e Mauro Farias, e os atores Marcelo Adnet e Eduardo Sterblicht. 

Dani Calabresa conta ao veículo como lidava com os comentários que recebia de Marcius

- Não tem um manual de instrução para lidar com uma situação que te deixa constrangido. Eu lidava com brincadeira, sabe? Ele fala: Tá gata. Eu ponho: Deus te pague; É porque você não viu o buço; Sai tudo no banho, a maquiagem sai; Obrigada pelo elogio, mas é um amigão. É piada. [...] Eu também não queria comprar briga com o chefe, porque eu amo trabalhar. Então, comprar briga com ele, sabe? Custaria mesmo a minha carreira. Só que chegou um ponto que eu queria sair. Para mim, eu não tinha medo de sair. Eu tinha medo de ficar.

A artista ainda alega que Melhem incluiu conversas entre eles no inquérito policial para tentar confundir a opinião pública. 

- Tem esse lugar de tentar confundir a opinião das pessoas expondo a gente num tom: Mas ela ria. Mas tenta se colocar no meu lugar… Eu amava trabalhar nesse ambiente e, para não criar uma briga com o meu chefe, eu fingia que achava engraçado. Eu corto pessoalmente e compenso na mensagem. É um discurso para tentar convencer a nossa sociedade, que é machista, que nós somos loucas, vingativas, piranhas, vagabundas. E isso não é verdade! Isso era um ambiente de trabalho. Ele é um chefe. Essa insistência é assédio. Para a gente é um aprendizado usar a palavra assédio. A gente fala: Ele está chato. Que tarado! Ele também fica passando a mão em você? É difícil a gente usar a palavra assediador. É difícil a gente chegar nesse estágio, mas acho que quanto mais a gente vai falando, as pessoas vão se identificando.

O Metrópoles noticia que as atrizes e testemunhas contaram que Marcius Melhem teria a prática de mantê-las sob seu domínio, por vezes as impedindo de participar de novelas na Globo ou até fazendo com que os funcionários sentissem ter dívida de gratidão com o chefe. Segundo Calabresa, o humorista supostamente se aproveitava de cenas de beijo e chegou a contracenar com o pênis ereto. 

- Estava insustentável trabalhar em um ambiente em que eu comecei a perceber que eu era barrada dos convites; que eu não era liberada para as coisas; que eu estava trabalhando com tremedeira; que ele se aproveita das brincadeiras para brincar ereto; que ele pega de verdade; ele tenta enfiar a língua de verdade. Não é selinho, não é piada, não é brincadeira. 

O relato de Dani fez com que outras atrizes tomassem coragem para fazer denúncias. A roteirista Carolina Warchavsky disse:

- Quando saiu na imprensa a notícia sobre o assédio sofrido pela Dani, eu entendi todos os comportamentos típicos de assédio que estavam acontecendo, tudo o que eu tinha ouvido falar quando comecei na TV Globo. Eu entendi que era verdade, que eu tentei bloquear um tempo como se não fosse. 

- Eu acho que a toxicidade estava em uma outra camada, que, no meu caso, eu demorei um bom tempo para identificar que era tóxico e que aquele constrangimento que eu senti em determinados momentos não é normal, adicionou Georgiana Góes.

As onze pessoas ainda descrevem a situação como um ambiente de trabalho tóxico em que a linha entre chefe e funcionários nem sempre era bem definida, como Marcelo Adnet conta: 

- O que me chamava mais atenção era uma certa falta de vida pessoal. Ele queria transformar aquela coisa do trabalho, a espontaneidade das relações profissionais, para a vida dele.

Vale pontuar que Melhem está afastado da Globo desde 2020, quando as acusações vieram à tona.