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Publicada em 05/03/2024 às 14:57 | Atualizada em 05/03/2024 às 14:58

Sergio Guizé escreve texto emocionante para anunciar a morte do pai: Quanto vazio, dor e tristeza

Salvador Parra Guizé tinha 69 anos de idade

Da Redação

Divulgação - @sergioguize

Momento triste para a família de Sergio Guizé. O ator anunciou, através das redes sociais, que seu pai - Salvador Parra Guizé - morreu aos 69 anos de idade depois de 78 dias de internação. 

Depois de publicar uma série de registros ao lado do patriarca, Sergio escreveu um emocionante texto para descrever como tem se sentido nesse momento delicado:

O dia primeiro de março de 2024 foi uma experiência muito dolorosa, mas, ao mesmo tempo, transformadora. Fiquei tão impactado com o choque e a surpresa daqueles minutos, que só consegui escrever para me expressar um pouco hoje, mas isso ainda vai longe… Reflito, sei lá gente, muitas imagens, conversas boas e tranquilas, sons de máquinas e fúria para continuar respirando nesses dias de provações. Eu que sempre presto aqui homenagens para pessoas que admiro e que às vezes nem tenho proximidade, mas que foram pessoas que mudaram a minha vida e principalmente a do coletivo… Como não escrever para ele? Esse trabalhador que se aposentou como motorista do transporte público e coletivo, que continuou trabalhando para criar nós todos com muita luta e dificuldade, mas com orgulho e serenidade. Depois de uma batalha insana de 78 dias no hospital, 5 pontes de safena, choque séptico, coma, hemodiálise, trombose, pneumonia, parada cardíaca, entubação, extubação, vitória, vitórias… Traqueostomia, infecção, novos cortes, feridas abertas, outras cicatrizando, abriu de novo, emergência, U.T.I, mais remédios, fluidos de dor e muita esperança. Vencemos mais uma vez, voltou a se mexer, comer, falar, se movimentar… Por fim, um vômito as 5:30 da manhã, algumas frases estranhas, bronco aspiração e mais paradas cardiorrespiratórias. Como nos ensina Santo Agostinho, a morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho. Nosso querido pai fez sua passagem, mas segue com a gente, só que agora do outro lado do caminho. Meu pai é eterno, ele vai viver para sempre e continua aqui, está em mim, na minha mãe, no meu irmão guerreiro, que não saiu do lado dele desde o começo, nas minhas irmãs, nos seus netos, nas suas noras, nos nossos parentes e amigos todos que tiveram a oportunidade de conviver de perto com esse cara incrível…

E continua:

E eu vi tudo, pude dormir com ele essa última noite. Não sei se fiz como deveria, mas tudo que fiz foi com o meu coração e com todo o amor do mundo. Que difícil, quanto vazio, dor e tristeza fica aqui com a gente, mas me conforta pensar que as dores dele finalmente passaram. Que ele está livre de todo sofrimento. Que suas feridas abertas e costuradas já não incomodam mais. Meu pai partiu e ali começou um novo ciclo da escola da vida para mim, chegou como uma canelada num jogo de futebol, doída. Uma rasteira da vida. A dor que vem em ciclos, é dor em potes, tem alguns que não posso mexer ainda, pois gritaria, como na partida de futebol. E por falar nisso, faltou mencionar a paixão pelo nosso Coringão. Esse também é outro capítulo importante, que faz parte do seu legado e do seu jeitão. Que emocionante foi ouvir os relatos de amigos e familiares das suas experiências com esse homem bondoso, humilde, engraçado, honesto e brabo, muito brabo mesmo. Ele falava sobre tudo, sempre tentando ser o mais justo e verdadeiro possível, doa a quem doer. Ainda mais nesses dias que passou acamado… Seu Salvador deixa saudades, seu sorriso, sua risada, o cochilo de Espanhol, os bração forte, a mancadinha característica do motora das antigas… E silêncio.

Ao finalizar, ele escreveu:

Que saudades, cara… Bom, voltei para casa para buscar roupas para o velório e dou de cara com um pássaro grande, escuro, bonito e pensei que devia ser meu pai, me dando alguma letra. Depois vi umas borboletas coloridas e pensei ser ele voando com seu irmão, seus pais e sua irmã que também se foi recentemente. Abro as janelas, após um tempo de trabalho e hospital e me invadem os olhos a beleza das novas flores da roseira que nunca tinha desabrochado. Um vermelho-escuro, coisa mais linda. Mas o tempo tava feio, um ventão, nuvens formando animais, deve ser a limpeza divina e tal… Em seguida, outro pássaro. Pequeno, tipo um beija-flor. Aí não aguentei e falei em voz alta comigo mesmo: P***a Guizé, para meu. Para! Você mora em uma chácara! O que mais tem aqui é bicho voando e para você ele sempre vai estar em tudo, em todos os lugares e momentos. Das teclas dos seus teclados, que por sinal, o fazia respirar com mais força. Aos países que ele nunca teve a oportunidade de conhecer. Seu velório, que aconteceu no ABC, tava lotado, com muita vibração positiva, amor, saudade, histórias e alguns momentos aleatórios… Quero aproveitar para agradecer a presença da família e o carinho dos amigos e profissionais da saúde que lutaram junto com a gente… Aquela noite foi a prova de quanta gente te ama, meu velho, sou grato pelos ensinamentos e por sua poderosa existência. Você vive em nós. Vou continuar te honrando e repetindo para sempre o que você já tá careca de tanto ouvir, todas às vezes que nos encontramos ou despedimos:Bença, Pai. Te amo. Até logo. Paz e Luz. Salvador Parra Guizé 08/08/1954 - 01/03/2024.

Veja a publicação abaixo: 

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Sergio Guizé escreve texto emocionante para anunciar a morte do pai: <I>Quanto vazio, dor e tristeza</i>

Sergio Guizé escreve texto emocionante para anunciar a morte do pai: Quanto vazio, dor e tristeza

27/Abr/

Momento triste para a família de Sergio Guizé. O ator anunciou, através das redes sociais, que seu pai - Salvador Parra Guizé - morreu aos 69 anos de idade depois de 78 dias de internação. 

Depois de publicar uma série de registros ao lado do patriarca, Sergio escreveu um emocionante texto para descrever como tem se sentido nesse momento delicado:

O dia primeiro de março de 2024 foi uma experiência muito dolorosa, mas, ao mesmo tempo, transformadora. Fiquei tão impactado com o choque e a surpresa daqueles minutos, que só consegui escrever para me expressar um pouco hoje, mas isso ainda vai longe… Reflito, sei lá gente, muitas imagens, conversas boas e tranquilas, sons de máquinas e fúria para continuar respirando nesses dias de provações. Eu que sempre presto aqui homenagens para pessoas que admiro e que às vezes nem tenho proximidade, mas que foram pessoas que mudaram a minha vida e principalmente a do coletivo… Como não escrever para ele? Esse trabalhador que se aposentou como motorista do transporte público e coletivo, que continuou trabalhando para criar nós todos com muita luta e dificuldade, mas com orgulho e serenidade. Depois de uma batalha insana de 78 dias no hospital, 5 pontes de safena, choque séptico, coma, hemodiálise, trombose, pneumonia, parada cardíaca, entubação, extubação, vitória, vitórias… Traqueostomia, infecção, novos cortes, feridas abertas, outras cicatrizando, abriu de novo, emergência, U.T.I, mais remédios, fluidos de dor e muita esperança. Vencemos mais uma vez, voltou a se mexer, comer, falar, se movimentar… Por fim, um vômito as 5:30 da manhã, algumas frases estranhas, bronco aspiração e mais paradas cardiorrespiratórias. Como nos ensina Santo Agostinho, a morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho. Nosso querido pai fez sua passagem, mas segue com a gente, só que agora do outro lado do caminho. Meu pai é eterno, ele vai viver para sempre e continua aqui, está em mim, na minha mãe, no meu irmão guerreiro, que não saiu do lado dele desde o começo, nas minhas irmãs, nos seus netos, nas suas noras, nos nossos parentes e amigos todos que tiveram a oportunidade de conviver de perto com esse cara incrível…

E continua:

E eu vi tudo, pude dormir com ele essa última noite. Não sei se fiz como deveria, mas tudo que fiz foi com o meu coração e com todo o amor do mundo. Que difícil, quanto vazio, dor e tristeza fica aqui com a gente, mas me conforta pensar que as dores dele finalmente passaram. Que ele está livre de todo sofrimento. Que suas feridas abertas e costuradas já não incomodam mais. Meu pai partiu e ali começou um novo ciclo da escola da vida para mim, chegou como uma canelada num jogo de futebol, doída. Uma rasteira da vida. A dor que vem em ciclos, é dor em potes, tem alguns que não posso mexer ainda, pois gritaria, como na partida de futebol. E por falar nisso, faltou mencionar a paixão pelo nosso Coringão. Esse também é outro capítulo importante, que faz parte do seu legado e do seu jeitão. Que emocionante foi ouvir os relatos de amigos e familiares das suas experiências com esse homem bondoso, humilde, engraçado, honesto e brabo, muito brabo mesmo. Ele falava sobre tudo, sempre tentando ser o mais justo e verdadeiro possível, doa a quem doer. Ainda mais nesses dias que passou acamado… Seu Salvador deixa saudades, seu sorriso, sua risada, o cochilo de Espanhol, os bração forte, a mancadinha característica do motora das antigas… E silêncio.

Ao finalizar, ele escreveu:

Que saudades, cara… Bom, voltei para casa para buscar roupas para o velório e dou de cara com um pássaro grande, escuro, bonito e pensei que devia ser meu pai, me dando alguma letra. Depois vi umas borboletas coloridas e pensei ser ele voando com seu irmão, seus pais e sua irmã que também se foi recentemente. Abro as janelas, após um tempo de trabalho e hospital e me invadem os olhos a beleza das novas flores da roseira que nunca tinha desabrochado. Um vermelho-escuro, coisa mais linda. Mas o tempo tava feio, um ventão, nuvens formando animais, deve ser a limpeza divina e tal… Em seguida, outro pássaro. Pequeno, tipo um beija-flor. Aí não aguentei e falei em voz alta comigo mesmo: P***a Guizé, para meu. Para! Você mora em uma chácara! O que mais tem aqui é bicho voando e para você ele sempre vai estar em tudo, em todos os lugares e momentos. Das teclas dos seus teclados, que por sinal, o fazia respirar com mais força. Aos países que ele nunca teve a oportunidade de conhecer. Seu velório, que aconteceu no ABC, tava lotado, com muita vibração positiva, amor, saudade, histórias e alguns momentos aleatórios… Quero aproveitar para agradecer a presença da família e o carinho dos amigos e profissionais da saúde que lutaram junto com a gente… Aquela noite foi a prova de quanta gente te ama, meu velho, sou grato pelos ensinamentos e por sua poderosa existência. Você vive em nós. Vou continuar te honrando e repetindo para sempre o que você já tá careca de tanto ouvir, todas às vezes que nos encontramos ou despedimos:Bença, Pai. Te amo. Até logo. Paz e Luz. Salvador Parra Guizé 08/08/1954 - 01/03/2024.

Veja a publicação abaixo: